Thursday, May 27, 2010

Storyteller

Mostramos o eco no espaço.
O impossível.
Diálogo.
Cordas vocais que vibram à mesma frequência
Desde o dia 1
Em corpos que se desejam já bem antes disso...
Semanas em desafios constantes.
Sinapses interrompidas por vontades ambíguas e contraditórias.
Quereres que se anulam na vontade.
Desejos que se impõem em actos de dia para dia.
Renego a vontade. Adio o inevitável.
Mas...
Cedo à tentação de livre vontade.
(enquanto digo "Não quero. Não posso..." ao ouvido e em segundos que
parecem não ter fim)
No chão morrem as roupas arrancadas ao corpo.
Resquícios de uma longa batalha que quis até à hora sem sombra.
No ringue jazem dois corpos e uma alma.
Ah! E um lençol de seda roxo.
As bandeiras brancas dão lugar a mais mortes numa rendição mútua e recíproca.
Morrem as palavras.
Morrem os outros sentires.
Morre o Universo.
Renasce o Mundo em sussurros ao ouvido
E gemidos de prazer.
Orgasmos que se perdem em contagens.
A um e a dois. Ao ouvido e em berros ensurdecedores.
Mais guerra. Non stop.
Quer-se mais. Muito mais.
O querer transforma-se em sede e fome.
Necessidade e dependência.
Saudável e desejada pelos dois.

Desde então...
Um desespero constante
De presenças que se sentem a falta
De corpos que se sabem de cor
De falhas nos tempos já remotos
Que só agora se revelam.
Um astro rei. Um sorriso.
Um Perfeito Coração.
A nuvem abate. Lágrimas.
A indignação.
Andar sobre gelo fino.
O brilho do deslizar
A um passo de rachar o solo.
Mil pedaços que são muito muito mais.
São Pó.
Passos que se querem atrás
Para em frente se mostrarem gigantes.
"Mais largos".

É a dependência do risco da entrega a outros, do sexo com um e outros
e do Amor um pelo outro.
Tudo querido por duas cabeças.

É a Vida quando se Ama!

--
Pekenina

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