O Homem é uma criatura de hábitos. Habituamo-nos a chamar nomes carinhosos (ou não, enfim…) ao(à) namorado(a), a ir a certos sítios com ele(a), a ter uma música especial, etc…
E quando as coisas (de uma melhor ou pior forma) acabam? Já não se pode usar esses nomes, ir a esses sítios, ouvir as mesmas músicas com outras pessoas? (Por exemplo, um(a) novo(a) namorado(a)…)
O Homem tem uma característica… É “possessivo”. (Por vezes até sem aspas…). Há espaços que por terem sido de uns, não se admite que sejam de outros. E por muito racional que se tente ser, nem sempre se consegue superar este sentimento de posse (que muito se revela quando se trata de relações). Talvez por ser o que resta de um elo que se tinha à outra pessoa e assim não se admitir que o(a) outro(a) tenha com o(a) novo(a) namorado(a) o que já teve connosco. Talvez seja uma tentativa de preservar aquilo que foi a dois.
Nota pessoal: Acho que o passado de cada um tem que ser respeitado e aceite. Todos o temos. A diferença está num factor muito importante: há casais que fecham o capítulo e começam de novo com uma nova pessoa, reservando para si tudo o que aconteceu; outros partilham com o novo parceiro todas as vivências passadas. E esta partilha, para resultar, tem que ser querida pelos dois. Um não pode forçar o seu passado nem pedir que o outro se abra para si. A iniciativa terá que ser de cada um, o que torna tudo bem mais difícil de acontecer, mas a recompensa é preciosa. E o facto de tratarmos umas pessoas por uns nomes não quer dizer que não possamos sentir isso de novo com outra pessoa (quem sabe até de forma mais intensa e assim as palavras e actos e sítios e músicas se tornem bem mais verdadeiros)…