…between the train and the platform.”
Era o sonho da vida dela. Desde miúda que girava o globo e parava-o naquele país, naquela cidade. Um dia, em conversa que à partida seria descontraída, numa hora de almoço como tantas outras, veio a ideia e falaram nisso.
”-Porque não vamos?
-Porque não pode ser. Como é que vamos? Onde ficamos? Assim de repente?
-Sim. Porque não?
-Não é assim tão fácil…
-Então? Marcamos e vamos. É fácil. Não tem complicação nenhuma…”
E a ideia foi cimentando na cabeça dos dois e repetida vezes e vezes sem conta. Deram por eles de hotel e viagem marcados. De ideia passou a realidade.
”-Porque não vamos?
-Porque não pode ser. Como é que vamos? Onde ficamos? Assim de repente?
-Sim. Porque não?
-Não é assim tão fácil…
-Então? Marcamos e vamos. É fácil. Não tem complicação nenhuma…”
E a ideia foi cimentando na cabeça dos dois e repetida vezes e vezes sem conta. Deram por eles de hotel e viagem marcados. De ideia passou a realidade.
Pela magia de toda a viagem, pela fantasia, pelo sonho, ela fecha os olhos e regressa ao centro da cidade, entre milhares de pessoas, entre línguas estranhas e o próprio português. É capaz de sentir as mãos dadas, geladas pelo frio, mas que não descolam. Vê os sorrisos bem dispostos, cúmplices e consegue mesmo arrepiar-se com as lembranças dos beijos nas esquinas de grandes igrejas em pedra e as mãos que viajavam por dentro das roupas mesmo dentro do metro, no meio da confusão. O frio da rua contrastava com o calor dos corpos no quarto de hotel, nos restaurantes, nos pubs… O cheiro a comida (principalmente indiana) desaparecia à entrada do hotel onde emanava desejo, cansaço, vontade e sono. Misturas…
Sentia-se o peso da história em cada rua. A Segunda Guerra Mundial tem um peso incalculável e os monumentos em tributo a quem nela perdeu a vida são marcos constantes nas ruas. E sente-se, em cada edifício, o peso das pedras frias, numa tentativa de emendar o erro de 1666 – o Grande Incêndio de Londres.
Respira-se arte, cultura, Shakespeare, Beatles, romantismo.
Ah… Ela abriu os olhos e voltou à realidade. Não podia deixar de sorrir, mais ainda olhando para a mão e recordando Camden Town…
Música: Beethoven – Moonlight Sonata