Sunday, May 18, 2008

Tempo



Preciso de fugir, de escapar, de correr para bem longe. Preciso de chorar, se for preciso. Preciso de sorrir, de rir, de abraçar, de me estender na cama a ouvir música sem me preocupar com os vizinhos, de me deitar numa banheira cheia de espuma sem pensar na conta do gás e da água, de me arrepiar ao sentir a brisa que passa, de ouvir o barulho do mar nas rochas, de ouvir o vento nos estores, de ler um livro, de fazer ginástica, de me sentir cansada, de escrever à mão, de me sentir em pleno, de me sentir de todo. Preciso de mim outra vez. Preciso de tempo e só o tempo sabe o que vem depois do tempo que precisei.


Obrigada.


Pekenina

5 comments:

BlueVelvet said...

Querida Pekenina,
espero sinceramente que esse tempo de que precisas não tenha a ver com algo que tenha acontecido com o Pipoca.
Se tiver:((( daqui te mando um grande abraxinho, e muitos veludinhos azuis

Cão Sarnento said...

O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem, e o tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem. Ditados populares confusos à parte, todos temos à nossa disposição o mesmo tempo. O dia tem vinte e quatro horas para todos. A infelicidade de muitos é que, do tempo que se dispõe, pouco resta para ser vivido com vontade.

Unknown said...

Cão Sarnento: nem sempre é uma questão de viver o tempo com vontade. Nem sempre a vida nos dá motivos para isso =)

Cão Sarnento said...

A vida...ah, a vida... a vida é tudo que o nos dá vontade e o que nos tira vontade. Como se costuma dizer: "não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe". Entre muitas outras coisas essenciais, o importante mesmo é que não caia na amnésia que a vida é para ser vivida. Não tem de ser sempre a 100km/h, porque viver com demasiada intensidade também é desgastante. Não há mal algum em, de vez em quando, abrir a porta do carro e estendermo-nos à sombra de uma azinheira, apenas a ver a banda a passar. Depois, fartos da parvalheira apática, fazemo-nos novamente à estrada e carregamos no pedal para mais umas boas aceleradelas.

Unknown said...

Quem sabe, o "tempo" de que falo neste post, não é esse mesmo de estar parada debaixo de uma azinhaga? (Eu prefiro pensar que estou estendida na praia a ouvir o mar, mas também pode ser hehe)