Qual “música de engate” qual quê… Uma delícia para os ouvidos (para quem gosta), isso sim!
"Porque eu sou do tamanho do que vejo E não do tamanho da minha altura..." (Fernando Pessoa)
Qual “música de engate” qual quê… Uma delícia para os ouvidos (para quem gosta), isso sim!
Há noites assim… Sem pausas…
(Lamento mas não encontrei o(a) autor(a) da fotografia. Quem souber diga e terei todo o gosto publicar.)
… “Se As Ondas Voam Com o Vento”
Quantas vezes sozinha no teu quarto
Com silêncios que são mágoas só por si
Olhas-te ao espelho como se à espera de alguém
Mas o tempo, esse, não espera por ti
Até que a noite vai trazendo o amanhecer
Sente saudades de alguém que nunca chegou
Lá fora a vida vai correndo a bom correr
Cá dentro o sonho ainda não acabou
Não faças caso se as ondas voam com o vento
Ou se uma nuvem faz escurecer o mar
É que mais vale um olhar para o mar cinzento
Do que o mar cinzento no olhar
Contas os dias num relógio que parou
Guardas as marcas que te acalmam a vontade
Esperas navios nalgum cais que já secou
Mas cada dia só traz em si a sua eternidade
Não faças caso se as ondas voam com o vento
Ou se uma nuvem faz escurecer o mar
É que mais vale um olhar para o mar cinzento
Do que o mar cinzento no olhar
E apagas velas que nunca sentiste arder
Abres as portas que dão para lado nenhum
Ganhas aos pontos só pelo prazer de perder
Talvez para um qualquer mas não para qualquer um.
Quadrilha – Se as Ondas Voam Com o Vento
Ninguém diria que Sebastião Antunes, vocalista, instrumentista (guitarra, harmónica, entre outros) e letrista da banda é invisual. Uma grande lição de Vida!
Na minha opinião (vale o que vale, ou seja, tanto quanto qualquer outra) uma das melhores bandas portuguesas. Boas letras e uma sonoridade bastante peculiar.
Para a próxima vai a “Balada do Desajeitado”
Um post pseudo-lamechas, mas que agrada a quem o escreve! Uma micro-homenagem ao ano de ouro dos anos 80
- Foi criada a Sacoor Brothers (não é que me diga grande coisa, mas que é facto é!);
- O Clube dos Poetas Mortos;
- Regresso ao Futuro (II);
- Sex, Lies and Videotape;
e ainda…
E tenho dito!
PS: quem é que diz que desenhos animados são só para crianças?
Para fazer uma assinatura digital eis os títulos que temos à escolha (e como preenchimento obrigatório!):
Mais…
A alternativa:
Note-se que “Pessoa Singular” tem a opção “Exmos. Srs.”, mas “Pessoa Colectiva” não tem qualquer opção. Faz todo o sentido.
Sem comentários…
123 anos… E que bom que é saber que ainda hoje ele é relembrado, lido e relido.
E claro que aqui deixo o poema mais apropriado (como não podia deixar de ser):
“No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a.olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui - ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos ...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas - doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...”
Álvaro de Campos
Aniversário
Soubesses tu, querido Pessoa, que hoje ainda muitos te recordam e celebram o teu aniversário… Hoje fazem 123 anos que vieste ao mundo; e só por isso todos os outros nomes foram surgindo pelo caminho.
Obrigada pelo prazer que me dás ao ler cada verso de tão diferentes “Tu”.
Parabéns!
Aqui ficam os Momentos Nicola com os quais me fui cruzando ao longo do tempo
Se encontrarem algum repetido avisem.
E o mais interessante de todos…
Quem sabe um dia